O medo e a insegurança são os maiores obstáculos para que vivenciemos uma vida plena de significado. Obviamente que existem circunstâncias em que estes sentimentos podem se justificar, quando a ameaça à nossa segurança é real.
Entretanto, o que mais nos impede de fluir com a vida, é o medo de se entregar plenamente, e de coração aberto, a tudo o que ela trouxer. Em geral, somos treinados para nos precaver contra o sofrimento, e qualquer situação que nos tire a sensação de conforto e segurança interior.
Ocorre que no plano da interioridade, o crescimento só vem com a coragem para o enfrentamento daquilo que mais nos apavora. O julgamento do mundo sempre irá existir, mas se tivermos uma autoconfiança sólida, ele não conseguirá nos abalar.
Os desacertos são parte essencial da jornada, sem eles certamente permaneceríamos estagnados e sem qualquer chance de ampliar a confiança em nosso próprio poder.
Quanto mais ousadia e destemor cultivarmos, maiores serão as possibilidades de nos tornarmos seres inteiros, confiantes e relaxados. E a sensação que esta entrega proporciona, não tem preço.
"... A dúvida vem do medo; então como pode ser valente? A dúvida está enraizada no medo. Ela cresce porque existe um desejo ardente de defender a si mesmo, de proteger a si mesmo, de estar seguro. Você pode confiar somente se estiver pronto para penetrar na insegurança, no inexplorado, para navegar no desconhecido sem mapa algum. Confiança significa imensa coragem, e somente uma pessoa corajosa pode ser religiosa, porque somente uma pessoa corajosa pode dizer sim.
Dúvida é defesa. E mesmo que você esteja defendido por ela, você permanece estagnado, não pode se mover - porque cada movimento traz medo, porque cada movimento é um movimento para o desconhecido, para o não-familiar. A dúvida é um subproduto do medo, lembre-se disso.
Então o que é crer? Crer é um subproduto do amor. Somente aqueles que sabem amar sabem crer. O amor vem do coração, e a crença também. A dúvida vem da cabeça e o medo também. A pessoa que vive na cabeça permanece covarde. Na verdade, por ser covarde, ela mora na cabeça. Ela tem medo de mover-se para o coração porque nunca sabe onde ele a levará.
O coração é um aventureiro, o explorador dos mistérios, o descobridor de tudo que está oculto. O coração está sempre em peregrinação. Ele nunca se satisfaz... tem um descontentamento interno, um descontentamento espiritual. O coração nunca se acomoda em lugar algum. Está profundamente apaixonado pelo movimento, pelo dinamismo. O coração somente se satisfaz quando chega ao supremo, além do qual não há objetivo". Osho - do livro: Mojud, o homem com a vida inexplicável.
Publicado por Elisabeth Cavalcante
em Autoconhecimento
