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Esperança no silêncio interior

por Rodolfo Fonseca em Autoconhecimento
Atualizado em 18/03/2024 11:26:34


Uma reflexão sobre a Fé que observo nos outros

Em um mundo permeado pela incerteza e contingência, a busca por respostas que aliviem nossa angústia básica muitas vezes nos leva a explorar o terreno complexo da fé e da esperança. No entanto, é na contemplação cuidadosa desses conceitos que encontramos não apenas respostas, mas também perguntas intrigantes que nos convidam a sondar o âmago de nossa existência.

Santo Agostinho, o proeminente filósofo e teólogo, expressou seu anseio profundo com as palavras "Tarde te amei." Essas palavras evocam a ideia de que, muitas vezes, só descobrimos o significado espiritual quando olhamos para trás, quando já percorremos grande parte de nossa jornada.

A fé, frequentemente usada como um bálsamo para nossa angústia básica, pode ser, segundo alguns, uma resposta insatisfatória. Afinal, ela é baseada em crenças que nem sempre podem ser fundamentadas em evidências claras ou concretas.

A esperança, por sua vez, é muitas vezes considerada como a "teimosia da fé". Ela persiste mesmo quando a fé é abalada, mantendo-nos agarrados à ideia de um futuro melhor. Contudo, é vital reconhecer que a contingência revela nosso desamparo intrínseco. As forças que moldam nossas vidas são frequentemente incontroláveis, o que nos leva a enfrentar a natureza efêmera e imprevisível da existência.
É aqui que a filosofia do autoesquecimento encontra seu lugar.

O otimismo, frequentemente vendido barato, pode se tornar uma mera fuga da realidade, uma tentativa de escapar da contingência que nos cerca. Parar de querer ter metas, propósito e de pensar em si mesmo, pode ser uma forma de encontrar a verdadeira serenidade.

Dizem que é no silêncio interior que nos tornamos capazes de ouvir a verdade mais profunda de nossos corações.
Mas será que podemos suportar o silêncio ou, como nos questionamos, precisamos constantemente preencher nossos pensamentos com distrações?
A contemplação do silêncio é uma habilidade rara em um mundo que nos convida incessantemente a ser produtivos e ocupados. No entanto, é nesses momentos de pausa que podemos nos encontrar e entrar em contato com nosso eu mais autêntico... mas cuidado, você pode não gostar do que vai encontrar lá! ;-)

"Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!
Tarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava fora!
Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo.
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem.
Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou minha cegueira.
Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti.
Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti.
Tu me tocaste, e agora ardo no desejo de tua paz."

Santo Agostinho

O poema de Santo Agostinho ressoa com a ideia de que a busca espiritual e filosófica pode ser uma jornada que se desenrola com o tempo, frequentemente na segunda metade de nossas vidas.
Encontrar sentido, fé, esperança e autoconhecimento requer paciência e reflexão. Como Santo Agostinho descobriu, a jornada espiritual muitas vezes começa quando reconhecemos o atraso em nossa busca interior.

Certezas nenhuma;
dúvidas à granel!


Quem disse que entrar em contato com si mesmo vai ajudar sempre; e é tão legal assim?


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