Sejamos UM

por Maria Cristina Tanajura

Vivemos num mundo globalizado, onde as relações econômicas, culturais, as interrelações de todos os tipos entre pessoas e nações se fazem muito rápidas. Tudo que nos acontece tem uma consequência maior ou menor no resto do planeta.

Já sabemos que não existe poluição que seja de apenas um ponto da Terra, pois os ventos, os mares, levam-na pra todas as praias, através das correntes marítimas e a atmosfera que nos envolve é só uma. Assim, também, pensamentos e sentimentos, vibrações energéticas como são, se entrelaçam infinitamente, atraindo-se ou repelindo-se a depender da sintonia.

Não há como alguém acreditar que pode viver isolado, sem influenciar o todo, ou ser influenciado por ele. Precisamos ter consciência disto, pois somos tocados pelo que acontece com o outro, mesmo que ele esteja a milhas de distância de nós. Somos todos um e isto não é apenas uma ideia, um pensamento, mas uma realidade.

Vibrar amor para aquele que está sofrendo é uma forma efetiva de se trabalhar pelo Bem. Podemos fortalecê-lo sem que ele saiba disto. Jesus já dizia que devemos fazer caridade com a direita, sem que a esquerda o saiba.

Já somos muitos, os que acreditam no Amor como fonte real de vida! Incontáveis mesmo, em todas as partes deste planeta. Esta crença nos torna uma força poderosa que será capaz de desobstruir canais e espalhar a paz e a verdadeira compaixão entre todos, especialmente entre todos aqueles que neste momento estejam sofrendo mais.
Com esta consciência, podemos lutar. Não apenas ajudando os que estão próximos a nós, aqueles que conhecemos, mas a todos os irmãos, estejam onde estiverem.

Enquanto um só irmão nosso estiver se sentindo só, passando por momentos de dor, não nos sentiremos verdadeiramente felizes. Pois os problemas dele são nossos de alguma forma.

Com esta consciência, aquele que nos olha, que nos aborda, merece o nosso maior respeito. Tanto quanto aquele que errou e por isto está aprisionado. Também ele é nosso irmão de alma e está nos pedindo ajuda, pois ainda vive na ignorância que também já vivemos um dia.

Os irmãos de Santa Maria, os que partiram e os que ficaram estão pedindo que oremos por eles. Os que de alguma forma foram agentes responsáveis por esta tragédia, também são de nossa tribo humana. Precisam compreender que erraram, porque erraram e pagar pelo que fizeram, para que se transformem, mas não vão ganhar nada apenas com nossos julgamentos e críticas.

Já vivemos por muito tempo nos vingando dos que nos fizeram sofrer e as guerras se sucederam durante toda a história de nossa humanidade. Muito pouco mudou. Que tal começarmos a ensinar o que já sabemos, por pouco que seja? Ai, invés de criticar o outro, por que não procuramos mostrar-lhe o erro que cometeu, para que possa compreender e mudar?

Jesus, diante da mulher adúltera que iria ser punida por apedrejamento, disse aos presentes: "Quem jamais tenha errado, atire a primeira pedra". O que fez com que cada um, consciente da própria fraqueza, fosse embora. A mulher socorrida ouviu dEle: Vá embora e não erres mais.
Esta nossa mão que acusa tão facilmente o irmão que erra pode ser a mesma que lhe auxilia a levantar para recomeçar de uma forma diferente.

Na verdade, a mensagem que estou tentando passar é a de que precisamos sentir a dor do outro, seja ele quem for, como nossa, pois na verdade ela o é. Somos atingidos – de alguma forma – por tudo que acontece em torno de nós, em qualquer lugar, mesmo que não o saibamos.

Vamos arregaçar as mangas e tentar ajudar, principalmente, esclarecendo os que ainda ignoram que o que fazemos ao outro, na verdade estamos fazendo a nós mesmos...
E que possamos sentir a dor dos que perderam seus filhos e filhas como nossa, orando muito para que o Deus de Amor os conforte de alguma maneira, pois sabemos como tudo isto seria terrível se acontecesse com cada um de nos.
A regra de ouro do bem viver é não fazer ao outro o que não gostaríamos de receber dele...

Vamos caminhar para uma nova era carregando a bandeira da compaixão, perdão e amor. O que formos dando, iremos recebendo. Eu, você e cada um de nós.