Homo Canis - uma proposta

Homo Canis - uma proposta
Autor Luciana Martins - [email protected]
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Deus, desculpe incomodá-lo, mas é que andei pensando e gostaria de conversar com  Vossa Onisciência sobre um assunto. Ao que tudo indica, me parece que o Senhor está mesmo pensando em acabar com tudo por aqui em 2012 e, sinceramente, também acho que a humanidade não tem mais jeito, e talvez a melhor solução seja mesmo destruir tudo e recomeçar, como foi na época de Noé.

Mas o motivo de minha abordagem, não é bem este. Na verdade eu, humildemente, gostaria de contribuir com uma idéia para o Seu projeto de uma nova humanidade. É que, da ultima vez, para fazer o homem evoluir como espécie, o Senhor apostou no macaco, acredito que por ele ser um bicho animado, inteligente, dinâmico, enfim, a gente imagina que o Senhor deve ter tido os Seus motivos. Mas, com todo respeito, não sei se deu muito certo. Talvez justamente o fato de o macaco ser assim tão esperto e inteligente tenha prejudicado a humanidade enquanto espécie. Gostaria de saber se o senhor não se interessaria em tentar uma nova experiência, mas dessa vez com o cachorro. A idéia é a seguinte: e se a nova humanidade, ao invés de evoluir diretamente do macaco, evoluísse do cachorro?

Pense bem, Deus...Poderíamos ser uma espécie mais amorosa, fiel e dedicada, na qual o amor incondicional seria a base de nossas relações. Poderíamos não ser tão inteligentes, mas para que serviu tanta inteligência, se não para destruirmos o nosso planeta? A nova humanidade, evoluída do cachorro, teria um coração mais aberto, generoso, e as pessoas saberiam se doar e dedicarem-se umas às outras. Teríamos uma intuição muito mais apurada do que o intelecto, e agiríamos a partir do coração ao invés da mente. Seríamos pessoas mais sensíveis, e a verdadeira amizade seria comum entre as pessoas. Teríamos uma natureza mais gregária, por isso viveríamos melhor em sociedade. Saberíamos respeitar o território uns dos outros, e não haveriam mais guerras. Seríamos uma humanidade alegre, brincalhona, criativa, e a solidariedade seria nossa marca registrada. Saberíamos entender a dor uns dos outros e dar apoio simplesmente pela nossa presença silenciosa. Não julgaríamos, nem condenaríamos nossos irmãos e saberíamos perdoar e esquecer as ofensas com maior facilidade. Teríamos sempre um olhar doce e carinhoso uns para os outros, e saberíamos ser felizes com muito pouco. Dessa forma, deixariam de existir a ganância, a competitividade exacerbada e as desigualdades sociais. Não teríamos mais a esperteza dos macacos, mas isso talvez nos impedisse de sempre querer levar vantagens uns sobre os outros. Nossas brincadeiras seriam mais inocentes, teriam mais leveza e não mais nos divertiríamos às custas uns dos outros, fazendo gozações ou irritando nossos irmãos.

Talvez, ficássemos um pouco para traz em termos de capacidades de aprendizagem, mas em compensação, teríamos uma inteligência emocional muito mais desenvolvida, o que, o Senhor me desculpe a sinceridade, acho que foi uma falha no homem-macaco. Além do mais, como homens-macacos, não conseguimos amar de verdade, estamos sempre esperando uma recompensa, um reconhecimento. É que, por mais que tentemos, o gene macaco sempre acaba falando mais alto.

É claro que o cão ainda não é um animal perfeito, já que é uma evolução do lobo, e ainda tem em si uma certa agressividade, late, morde, mas até aí, Deus, nós também somos agressivos e muito mais perigosos. Certamente, se evoluíssemos do cachorro, usaríamos nosso faro e nossa agressividade apenas para nos defendermos de perigos reais, farejados à distância. Usaríamos melhor os nossos instintos, ao invés de reprimi-los.

O homem-cão, ou homo canis, seria menos egoísta e autocentrado e mais amável e amigo. Teria o gene canino, que sabe amar sem esperar nada em troca. Seria mais espontâneo e saberia olhar mais para o outro, abrir mão do próprio ego e se contentaria apenas em dar e receber carinho, incondicionalmente. Não se preocuparia em fazer barganhas, em levar vantagens, em ver o seu próprio lado primeiro. Saberia se doar sem esperar nada de volta. Seríamos pessoas melhores, Deus, talvez nos aproximássemos mais de sua Ideia Inicial e nos tornaríamos mais parecidos com Seu Filho, conseguindo praticar os seus ensinamentos.

Bom, não pretendo me estender mais, pois sei que Vossa Sapiência é muito ocupado, e mesmo sendo Onipresente, tem muito o que fazer. Mas gostaria de deixar registrada esta minha proposta. Agradeço a sua atenção e me despeço agora. Bom trabalho para o Senhor e que Sua Grande Obra possa continuar se realizando, cada vez mais aperfeiçoada.

* Meu nome é Luciana Martins Dias e Silva, e escrevi este texto em homenagem ao Mil, um cachorro da melhor qualidade, que foi um membro de minha família por 14 anos e nos deixou recentemente. Descanse em paz, velho Mil.

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Conteúdo desenvolvido por: Luciana Martins   
Luciana Martins é psicóloga, especializada em astrologia e terapias complementares. Trabalha com terapia floral, reiki, reflexologia, aconselhamento astrológico, acupuntura auricular e terapia vibracional. Escreve o horóscopo da revista Capricho. Consultório: Rua Rodésia, 110, cj 33 - Metrô Vila Madalena F. 8329 2223
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