COMO NOSSOS PAIS

COMO NOSSOS PAIS
Autor Paulo Rubens Nascimento Sousa - [email protected]
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Somos a imagem e semelhança de nossos pais, carregamos através do nosso código genético toda a carga de experiências vivida por nossos ancestrais até aquele ponto da evolução que culmina no que somos. Esta é a verdadeira senda do karma, é a grande oficina na qual vamos aprimorar nossa jornada evolutiva. Somos o espelho do karma que tramita através de toda a cadeia genética que a nossa ancestralidade representa, somos o resultado das experiências desenvolvidas, dos padrões de condicionamento, doenças e habilidades carreadas até nós a partir de nosso código genético que nos impregna das informações com as quais precisamos transformar em nossas vidas. Talvez o seu jeitão, não seja genuinamente seu, quem sabe seja o jeito do seu avô agir dentro de você, do pai, ou da mãe. Quem é você de fato? Quem estar por trás das suas reações emocionais? O que você esta fidelizando dos programas familiares que sua vida esta reproduzindo?
A hereditariedade através da genética de nosso corpo, nossa mente, e nossos corpos sutis irão reproduzir as memórias ali construídas através da experiência que viaja no tempo e na evolução animal até chegar a você e a partir de então você é responsável por dar continuidade à melhoria desta jornada através da experiência pessoal. Neste sentindo, gosto de pensar o termo zodíaco, do grego zoo – animal – e diaco – ciclo, usado para descrever os ciclos astrológicos e que o seu sentido maior é este, ciclo animal, ou melhor, a cadeia pela qual evoluímos através dos ciclos de vida, de uma poligenesia, a própria cadeia do karma. Nossos pais são a coagulação desta viajem no tempo, que é continuada através de nós e será continuado por nossos filhos, seguindo um ciclo interminável. Alhures, nossas personalidades são estruturadas a partir destas memórias, que formaram os nossos padrões reativos e os centros do habito que regerão nossos comportamentos e o nosso modo de ação na vida. Esta é a estrutura mental, o ego, onde toda a sua estrutura “do este sou eu” é arquitetada, como uma engrenagem que vai por sua historia em movimento. Segundo a alquimia, a vida na matéria é formada pela união dos elementos que compõe a sexualidade do pai, fogo e ar; e da sexualidade da mãe, água e terra, que ira compor de acordo com o grau de cada elemento neles organizados a nova vida que é o resultado da tríade com o divino, para formar a trindade, o terceiro elemento, o filho. Esta união dos opostos, macho, fêmea, é a força que coloca a vida na forma em movimento, multiplicando a criação de Deus. O filho, o terceiro elemento, resultado dos dois, que vem da união dos elementos pai-mãe, será constituído a imagem da soma das informações biopsicoespirituais que vão constituir a personificação destes opostos nesta nova pessoa que dará continuidade a história. A astrologia alquímica, diz que estas tendências ancestrais alimentam nossos centros vitais passando como energia fetal através dos chakras todos os dias, de baixo pra cima, do chakra da base ao chakra da coroa, onde o ciclo se fecha, completando sua carga de influência em nosso psicossoma. Os alquimistas consideravam que os desvios de personalidade, da sexualidade e do caráter humano vinham de desequilíbrios destas energias ancestrais que se manifestavam através de tendências que poderiam ser tratadas com remédios alquímicos e astrológicos. Para os alquimistas este movimento de energia na serpente mercurial (DNA), permeia a aura humana com as energias peculiares do pai e da mãe. Onde, são descarregadas (upload) e ficam em movimento, alimentando os comportamentos e as reações emocionais. O nosso passado solar, a memória do pai dentro de nós, e o nosso passado lunar, o passado da mãe dentro de nós é o arquivo que compõe o acervo de modelos que iremos reproduzir na construção de nossos papéis e comportamentos.
Os padrões que regem nossas historias se movimentam numa escala onde podemos dimensionar e compreender os resultados de nossas projeções em nossas vidas, e sabermos o grau em desvio que devemos corrigir de nosso padrão comportamental. Este desvio para os gregos da antiguidade clássica era chamado de pecado; e seria como o desvio da luz, a refração. Logo, o pecado, seria o desvio original do desejo. O desejo primevo, original, o anseio do ser. A este estado de desvio os terapeutas de Fílon de Alexandria chamavam de pathos, raiz da palavra patologia, doença, que para tratar e reorientar o desejo em desvio, o pecado, ou ainda, a doença, era preciso que a pessoa passasse por um processo de terapéia, ou terapia, que era um conjunto de técnicas para uma praxis de vida em harmonia com a essência, o ser, com a consciência do EU SOU, o self. Este é um processo de totalidade, de gnose e individuação, o ser entra em comunhão com outros aspectos de sua consciência e elas se integram e se harmonizam como a orquestração de uma polifonia da alma. Quando somos capazes de amadurecer e transcender aos papéis e as fases da vida, passamos a ter uma consciência ampliada e o resultado disto é uma capacidade para reger os acontecimentos da vida sem se perder neles tendo um poder muito maior de realização e satisfação pessoal, este estado de visão, trás em si uma assertividade e uma resiliência maior para encarar os momentos da vida, e sermos bem resolvidos.
Este processo de cura consiste em abraçarmos nossos pais e nossos ancestrais e nos reconciliarmos com eles, numa grande confraternização e entendimento interior. Integrarmos-nos ao poder de suas experiências e forças arquetípicas, acolhe-los em seus ferimentos e tomar como missão pessoal a cura e a transcendências destes antigos padrões arquetípicos familiares que vem viajando no tempo. Como diria uma canção de um poeta de minha terra, Belchior: “nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não”. “Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, nós ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”. – nos queixamos deles mas fazemos as mesmas coisas, somos motivados pelas mesmas coisas, podemos começar um grande trabalho interior curando os nosso “pai interior”, nossa “mãe interior”, percebendo como funcionamos e mudando nossos modelos de ação e hábitos, para integrarmos o que há de melhor de nossa herança ancestral.


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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Rubens Nascimento Sousa   
PSICOTERAPEUTA JUNGUIANO, ATUA COM HOMEOPATIA, TERAPIA FLORAL E FITOTERAPIA. PROFESSIONAL E SELF COACHING
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