São da poetisa Adélia Prado os versos: "de vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra e vejo pedra mesmo".
E eu digo que de vez em quando, parece que perdemos o entusiasmo pela vida e dizemos, simplesmente, que estamos cansados de tudo. De tudo mesmo, seja lá o que este tudo seja, pois neste estado não queremos nem saber do que se trata, dizemos logo, "não quero", "não gosto", "não vejo graça", "tô cansado", enfim...
No caso dos versos de Adélia, considerando a inspiração poética algo da ordem do divino, foi atribuída ao próprio Divino a retirada desta inspiração. No caso de nós, a perda do entusiasmo parte de nós mesmos... logo, só nós para resgatarmos este entusiasmo. Fica mais fácil, não?
Assim como eu que digo: não estou a fim... serei eu que direi: sim, estou muito a fim.
Questão de dia, de momento, de fase. Não se culpe se por um acaso acordou de mal com o mundo, depende somente de você ficar de bem e é óbvio que é isto que você quer, ou seja, naturalmente você fará que seja assim.
O problema é quando você não quer que as coisas melhorem. Aí, complica. É hora de uma conversa franca com você mesmo, e perguntar o que está acontecendo.
Não tem esta de "deixa a vida me levar", pois você que tem que levar a vida e ela realmente cobra. Cabe a você estar pronto para pagar o preço e qualquer que seja o preço, sempre vale a pena para se ser feliz, seja felicidade o que for para você.
Então, não tem esta de dia cinza, você conhece as cores e sabe pintar, só precisa descobrir isto.
Só para registro e reflexão.
Fecha o pano.
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