O INFERNO SÃO OS OUTROS

O INFERNO SÃO OS OUTROS
Autor Fernando Martins - [email protected]
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Saudações,

O título deste texto trata-se de uma famosa frase, escrita pelo filósofo contemporâneo francês Jean Paul Sartre na peça Entre Quatro Paredes, onde os personagens têm de conviver com as diferenças uns dos outros. Uma frase que nos traz uma profunda reflexão sobre a natureza humana e a forma de nos relacionarmos com o próximo.

As diferenças assustam e incomodam, mas por vezes, é impossível não conviver com elas.

No ambiente de trabalho por vezes o mais difícil não é o trabalho em si, mas sim, o ter que conviver com certos colegas de profissão. Colegas estes que se não fosse o ambiente de trabalho, de certo não teríamos nenhum interesse de contato na vida. No ambiente acadêmico é a mesma coisa, quando alunos são obrigados a formar os “famigerados grupos de trabalho” e por vezes, na falta de opção, se reúnem pessoas que não tem nada em comum.

Em família idem, muitos parentes se assim não fossem, não seriam interessantes nem como vizinhos.

No entanto, é necessário conviver e mais do que isto, importante perceber que na verdade é o olhar do outro que nos constitui como humanos.

A parte questões de mau caráter que na verdade nos atinge por conta de mexer com valores nos quais acreditamos e devem ser respeitados em nome da ética humana, existem outras questões que nos incomodam pelo simples fato de que estamos constantemente julgando o outro.

Existem um koan zen que diz: “a vida é como um jarro de vidro cheio de pedras. De vez em quando, esse jarro é agitado e uma pedra esbarra na outra. Claro que o choque incomoda; as partes pontiagudas machucam. Mas é esse atrito que vai arredondando as peças. Nós nos lapidamos no contato com o outro.”

Brilhante como sempre a sabedoria zen e suas analogias.

O convívio com o outro por vezes é bem difícil, mas acredito que em nenhuma hipótese, impossível. É aprendizado sempre, lapidação como cita o koan.

Ao longo da vida poderemos ter que conviver com pessoas inconvenientes, ditas chatas, não confiáveis, citando apenas alguns adjetivos que atribuímos a certas pessoas.

Ocorre que nestes convívios, nossa prepotente individualidade e arrogante certeza de sermos os corretos, geram um estresse infindo com o contato com estas pessoas.

Este é nosso julgamento ou será que eles se acham inconvenientes, chatos, não confiáveis, dentre outros?

Sim, este é nosso julgamento e quem somos nós para julgar alguém?

Na verdade são pessoas diferentes de nós. Podemos não concordar com o que eles dizem, mas é a opinião deles. Podem falar de mais ou de menos ao contrário de nós. Rir mais ou menos que nós. Ser mais simpáticos ou menos que nós. Ser mais entusiasmado ou menos que nós. Enfim... são eles, não nós. Logo, aprendamos a conviver com as diferenças e saber lidar com as diferenças não é fugir delas, mas sim, estar próximo, observando e aprendendo como é vasta as possibilidades de se ser humano.

Só para registro e reflexão.

Fecha o pano.



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