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Dizer adeus

Dizer adeus

por Renata Kindle
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Uma das palavras mais difíceis de se dizer é "adeus". Sinceramente, nem sei por que a inventaram! Ao pronunciá-la, parece que o céu escurece dentro do coração, parece que arrancam algo de dentro do peito sem anestesia e isso, claro, dói.
A certeza de que o amanhã não virá fere o coração e maltrata o espírito, mas como bálsamo ou como compensação, traz também a doce lembrança dos momentos vividos e que certamente foram muito bons e muito intensos. Isso é a saudade que se manifesta fortemente.Vocês foram felizes,compartilhavam seus segredos e suas idiotices. Apoiavam um ao outro com cuidado e com carinho, com a melhor parte de cada um.
Fizeram programas aparentemente simples e viveram momentos de intimidade, de troca e de transparência que muitos casais nunca conseguiram vivenciar ou porque brigam demais, ou porque vivem de menos... são muitas as razões para que isso aconteça, ou razão nenhuma para que o casal aconteça.
Claro que vocês se encantariam um com o outro, que se apaixonariam e que desejariam ansiosos o próximo encontro. E assim foram vocês, envolvendo-se, entregando-se, indo...
Aos poucos? Depressa demais? Leve? Pesado? Inteligência ou burrice? Sinceramente, não sei, isso faz parte do rol daquelas coisas que até se tenta, mas que não se pode controlar e o tempo, esse é o que menos importa, o importante é o que se vivencia durante o passar do tempo. Ele é relativo, lembra?!

Mas às vezes, acontece de tais sentimentos transitarem em via de mão única, não havendo correspondência no outro coração, estando somente o seu pronto para amar. Talvez essa correspondência pudesse vir, mas talvez nunca viesse. Talvez...
Então, chega a hora. É preciso buscar a coragem onde quer que ela se esconda e fazer o que deve (deve?) ser feito.
Melhor doer agora? Não sei, dói muito no começo, a dor é profunda, parece que não terá fim nunca. Talvez o melhor seja não doer nunca, mas creio que o adeus seja uma palavra que já traz consigo a dor, são inseparáveis.
O "bom dia" não chega na hora de costume, o e-mail não é escrito, o encontro não é marcado... fica o silêncio! A falta que o outro faz ocupa o lugar que ele(a) deixou vazio e que não se faz a menor questão de se deixar preencher. O dia seguinte fica enorme, fica sem graça, tudo é cinza.

A força ou a nobreza de um sentimento provavelmente esteja em continuar sentindo, mesmo de longe, o que já se sentia quando vocês estavam juntos. Talvez elas estejam na incapacidade e na impossibilidade de se atribuírem culpas nem motivos.
Um dia, acredite-me, essa dor vai decidir não doer mais, mas não se empenhe em esquecer, não se escolhe esquecer o que foi bom, não se esforça em esquecer pessoas que se tornaram tão importantes, mesmo estando afastados. Nesse momento, não haverá uma única música que não levará seu pensamento até onde vocês se despediram, então saiba, a tarefa nos próximos dias será difícil!
Viva a dor enquanto ela for dor, não queira arrancá-la a qualquer preço, por mais paradoxal que isso possa parecer. É importante ser honesto consigo mesmo. Viva-a intensamente, ainda que você faça algumas cenas de novela. Chore até que não haja mais lágrimas. Procure um amigo, bons livros, um psicólogo bem referenciado, mas trabalhe e elabore a perda. Algumas perdas são necessárias, como o título do livro de Judith Viorst, mas tenha pra si uma verdade: não há perda sem ganho.

Pensar no outro? Pergunta besta, você vai pensar muito mais agora que antes. Pensará no que quase puderam ser ou no que foram durante o tempo em que estavam juntos. Você pensará em tudo o que foi bom e estranhamente, tudo lhe parecerá bom, exceto a despedida, o adeus que neste instante rasga seu peito. Você não estava pronto pra isso. Sentirá cheiros, sentirá os carinhos e ouvirá as risadas. Sentirá a presença da ausência e a ausência da presença. Ouvirá seu nome naquela voz que foi a perfeita para seus ouvidos. A memória faz questão de trazer tudo à tona, parece não se importar com o seu coração, mas não fique com raiva, essas lembranças, no fundo são boas, mostra que você viveu, que foi feliz e que pode e vai ser feliz de novo. Mas o momento agora, se é de dor, viva-a, deixe-a doer com honestidade. Isso, obviamente, não é o mesmo que ficar olhando fotos e chorando por meses e meses, mas por um ou dois dias pode.

Pessoas aconselharão a você a não dar importância, que foi o outro quem mais perdeu, sendo você essa pessoa tão maravilhosa que você é. Aconselharão a você a arrancar o outro do seu coração, mas por favor, não faça isso! Não se esforce nisso. Esquecer o que viveram? Não queira, foi bom pra você e foi bom para o outro, fez vocês sorrirem, faz parte da estória de vocês. Quando uma relação termina, não significa que precisam se odiar, não precisa tirar do outro o que ele tinha quando vocês estavam juntos. Leve com você, para sempre, a memória de um amor que você viveu, mas amor sentimento, amor decisão e não o amor frustrado, o amor deixado. A relação terminou, mas você continua sendo você com toda a sua lista de qualidades e defeitos, mas de maneira justa, o outro também continua com sua lista e suas qualidades não desaparecem apenas porque vocês não são mais um casal feliz.

Às vezes, o breve que se viveu é mais intenso que o que se vive por anos e anos a fio, em outras situações.Talvez você caminhe por muito tempo no vale das sombras buscando culpar o outro e isso não é justo com nenhum de vocês. Isso traz sofrimento, colore o coração de cinza, transforma o amor em ódio, em desprezo, em pedra... vira gastrite, alergia, síndrome do pânico! Busque a sua responsabilidade nessa relação e no fim dela, busque para si somente a sua parte e trabalhe-a ferrenhamente, tente compreender do seu ponto de vista, mas sem julgar, sem culpar, sem cobrar. Não pense "e se eu isso" e "se eu aquilo", apenas se esforce em aprender as lições que lhe foram dadas. Talvez o outro, mais que seu grande amor, tenha sido um grande instrumento de mudança.
Quando você pensar no outro que já se foi, não deseje que ele volte. Ele voltará se quiser, voltará se for para voltar. Não caia na conversa dos incontáveis manuais de "como reconquistar o ex" ou coisas parecidas, o grande segredo que ensinam lá é ignorar a pessoa, tratá-la com frieza, distância, ironia, impiedade etc.. Mas isso é incoerente! Continue tratando-o como você sempre o tratou, seja quem você sempre foi, não ignore ninguém. Isso é realmente ridículo e não foi assim que você aprendeu a tratar as pessoas. Quando o outro vier à sua cabeça, deseje que esteja bem, que esteja feliz, que esteja realizando suas coisas, exatamente como você desejaria se ele(a) estivesse perto de você, com você. Quando você fizer uma oração para você, faça também uma oração para o outro. Atitudes como essa são libertadoras para ambos!

Então, fique com a lembrança boa, ela alivia um pouco a dor e a saudade. Guarde no seu coração o amor que você disse ter. O amor não se transforma, nem perde a força, mas também não perde seus efeitos. Isso é ter a consciência do amor.
Então, aos poucos, prometo a você, essa dor que você sente e chora agora vai passar, por isso é tão importante ser honesto consigo mesmo. Tentar evitá-la é autoengano, é autossabotagem, é cruel e perpétua a dor no tempo, traz rancores a um coração especial: o seu! Trate-o com cuidado, ele está ferido, mas não o maltrate, exigindo dele que odeie.
Agradeça pelo que você viveu e continue seu caminho. Liberte o outro, deixe-o ir em frente também. Se vocês se encontrarão de novo algum dia no futuro, isso ninguém pode prever, mas não se feche para novos amores, não se esquive, nem se esconda atrás de um muro que supostamente o protegerá, pois esse mesmo muro o isolará e isso certamente é cruel. É uma conta cara demais a se pagar!
Quando você liberta o outro do seu ressentimento, automaticamente, você se liberta. Lance-se em sua vida, trabalhe em seus sonhos, torne-os reais!

Texto revisado

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Atualizado em 10/7/2014

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