Você sabia que é a síntese de muitas vidas?

por Flávio Bastos

"É necessário nascer de novo" (Jesus Cristo)

Na abertura do terceiro milênio, as ciências, de um modo geral, avançam abrindo caminhos nas suas respectivas áreas de conhecimento. A Psicoterapia Interdimensional, através da regressão de memória, segue o seu rumo na investigação do inconsciente humano aquém e além da situação intrauterina. O uso desta técnica vem, nos últimos anos, tornando-se um importante instrumento para o tratamento das psicopatologias não estruturais.

Há vários anos atrás, quando frequentei o curso de formação psicanalítica, tinha em mente utilizar este conhecimento como base na investigação do inconsciente humano. A vontade manifesta naquela época, era, após o término do curso, continuar os estudos na direção do conhecimento que se aprofunda além da vida intrauterina. Com este foco, outros cursos e experiências na área psicoterapêutica e afins, aos poucos, foram anexados ao meu currículo profissional e contribuído significativamente para que a minha visão expandisse no sentido de estabelecer conexões entre as dimensões física (material) e transcendental do indivíduo dotado de inteligência.

Nesta direção, o conhecimento teórico associado à prática foi fundamental na criação de um método psicoterapêutico que investigasse a infância atual do indivíduo, em sintonia com fatos ou situações traumáticas ocorridas em vidas passadas. Desta forma, foi criada a Psicoterapia Interdimensional, o método que estabelece conexões na investigação do inconsciente através da técnica psicanalítica focada na vida atual, mas em consonância com informações que são liberadas pela sessão regressiva de memória (cerebral ou extracerebral). Com o propósito de unificar conhecimentos e práxis, concretizou-se o ideal e realizou-se o sonho de investigar o histórico do indivíduo através de uma metodologia que contemplasse as necessidades imediatas relacionadas à vida presente, associadas às repercussões psíquico-espirituais de vidas passadas.

Portanto, a Psicoterapia Interdimensional considera e investiga os fatos que marcaram o indivíduo em vidas passadas, sem desconsiderar as experiências traumáticas da vida atual. A interdimensionalidade de seu método, estabelece conexões no processo terapêutico, que ocorre entre os "dois lados" da tênue e invisível linha divisória chamada "tempo".

UM POUCO SOBRE A REENCARNAÇÃO

A reencarnação é o regresso contínuo de um mesmo espírito à vida em diversos corpos físicos. A preexistência humana é uma das convicções mais antigas da história. Um papiro egípcio de 5.000 anos a.C. já menciona. Outro mais recente, batizado de "Papiro Arana" (1320 a.C.), expõe: "O homem retorna à vida várias vezes, mas não se recorda de suas pretéritas existências, exceto algumas vezes em sonho. No fim todas essas vidas ser-lhe-ão reveladas".

Na Grécia clássica, Pitágoras (580 a 496 a.C.), já divulgava a Palingenesia (reencarnação). No diálogo Phedon, Platão cita Sócrates (496 a 399 a.C.): "É certo que há um retorno à vida, que os vivos nascem dos mortos". Esta certeza consta na maioria das religiões antigas, como o Hinduísmo, Budismo, Druidismo, etc. A reencarnação está assinalada na Bíblia, vejamos: Jeremias (1:4-5): "Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: "Antes que eu te formasse no ventre de tua mãe, te conheci, e, antes que tu saísses do seu seio, te santifiquei e te estabeleci profeta entre as nações". Ou no Novo Testamento: "Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram". (...) " Então os discípulos compreenderam que (Cristo) lhes tinha falado de João Batista".

Sobre a tese reencarnacionista, muitos cientistas, através da pesquisa, posicionaram-se favoravelmente. Nesta direção, alguns cientistas de renome concluíram tratar-se de fato inegável: Thomas Edson, William Crookes, Chames Richet e tantos outros pesquisadores que confirmam cientificamente a pluraridade das existências, a exemplo de Ian Stevenson, Brian Weiss, Erlendur Heraldson, Hellen Wanbach, Edith Fiore, Pierre Marie Félix Janet, Hemendra Nath Banerjee, Milton H. Erickson, Morris Netherton, Amit Goswani, Junger Keil, Fenwick, Harold G. Koenig, Jim Tucker, Hernani Guimarães Andrade e Hermínio Correa de Miranda, que trouxeram resultados notáveis sobre a tese reencarnacionista.

No entanto, como registramos no início deste texto, as pesquisas sobre a reencarnação não se limitam e nem cessam nas teses das personalidades apontadas acima. Estudos sobre este tema crescem, constantemente. A Física, a Genética, a Medicina, a Neurociência e várias escolas da Psicologia vem sendo convocadas para oferecer o contributo de suas pesquisas. Atualmente, muitas universidades internacionais, referências máximas da ciência, já possuem grupos de pesquisa sobre este tema. À medida que se aprofunda na esfera científica, a crença na imortalidade do espírito deixa de ser exclusivo do conhecimento filosófico ou religioso.