As joias do espírito em evolução na Terra

por Nadya Prado

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Você acorda todos os dias de bem com a vida, sorrindo, sentindo gratidão?
Nada o aborrece, seu humor é ótimo e você sente um amor incondicional por tudo e todos?
Ninguém, aqui neste planeta, alcançou este estado constante de espírito. Sinto muito, mas não é possível nos mantermos em êxtase por mais de poucos instantes, pelo menos, por enquanto. Por isto, não se culpe. Este é o primeiro erro de quem busca se melhorar como pessoa e conquistar uma vida mais plena. Não se engane, achando que poderá, um belo dia, alcançar o estado de espírito constante de um iluminado na Terra.

As coisas aqui não são bem assim, não é este o propósito de estarmos juntos por aqui se acotovelando. Quando falamos sobre iluminação, como se sentir e se comportar diante da vida, isto nos serve como uma bússola para nosso caminho. E seria muito mais fácil se este caminho fosse apenas seu ou meu, que não tivéssemos que nos cruzar e nos conhecer e nos amar. É muito estressante ter que entender o outro, sendo que não entendemos nem a nós mesmos...

Esta é a grande dificuldade, convivermos, eu, você e todos os outros, aqui neste mesmo planeta. Algumas pessoas tentam sufocar sua intolerância, indo em busca de contato com seres extraterrenos ou mergulham de cabeça e corpo nas experiências espirituais. Assistimos o dia todo as lutas que se travam no planeta por causa do mesmo motivo: defender fronteiras, crenças, grupos. Religiões com deuses diferentes, países isolados, vizinhos que não se suportam. Grandes paixões banhadas em sangue, por vingança e desejo de posse.

Muitas vezes ouvi as pessoas dizerem que preferem os animais aos seus irmãos humanos, sem a menor preocupação com o significado contido em sua insanidade. Então, vamos lançar um novo olhar para a vida e para o seu sentido. É impossível se isolar completamente, dependemos uns dos outros. A única forma de nos conhecermos e evoluirmos é em contato com o outro. Em cada pessoa encontramos a nós mesmos. Isto é fato!

Olhe para o seu corpo e veja como os seus órgãos trabalham em conjunto. O seu coração não pode abandonar o seu corpo porque entrou em conflito com seus pulmões. Seus olhos não se vingam de seus ouvidos porque eles escutam o que seus olhos não querem ver.

A vida é atribulada por si só, seja na cidade grande ou naquela não tão grande. Em qualquer lugar do mundo levamos o nosso mundo interno. E ele é cheio de mazelas, inconstâncias geradas pelas dúvidas que trazemos de muito tempo atrás. Eu vejo tantas pessoas sofrendo por não entenderem o básico. O nosso estado de espírito é resultante daquilo que escolhemos sentir e pensar. Continuam culpando os outros por suas más escolhas e, portanto, não conseguem sair do sofrimento, porque ainda esperam que os outros e a vida os tirem de onde estão.

Quando alguns mestres nos visitaram, encarnando para nos ajudar, mostraram o caminho da iluminação, por seu próprio exemplo:

Resignação, humildade, desapego e, principalmente, amor compassivo.
Resignação é o ato de aceitação, não como definem alguns dicionários num ato de submissão. A resignação é a compreensão de que tudo muda de lugar, que a vida é inconstante, tanto quanto nós mesmos, que estamos aprendendo pelos erros e que os outros são como são. Então, se acordo de mal humor, preciso olhar para esta sensação e perceber porque estou me sentindo assim. Eu comigo mesmo, um encontro inevitável. Se eu não puder perceber o que está acontecendo e for para a rua assim, com certeza, levarei este mal humor para a minha convivência. Vou me irritar com alguém e despejar minha energia ruim e ainda culparei esta pessoa por me incomodar!

Tenho que ser humilde. Não a humildade que alguns confundem com uma postura de vítima e de falta de posicionamento. Humildade é sabedoria para aceitar que temos muito para aprender e que não somos o centro do universo nem donos da verdade. E, humildemente, deixamos o orgulho de lado e podemos nos tornar resignados, desapegando do egoísmo dos desejos de dominação e controle.

Desapegar é muito mais que limpar seu armário e doar o que não usa mais. Isto é simples demais. É necessário desapegar de suas crenças mais arraigadas, de seus valores e de seu amor condicional e limitado. Aprender a praticar o amor por toda a humanidade, sem julgamento, é extremamente difícil para nós, ainda tão voltados ao nosso pequeno mundo.

O amor compassivo passa a atuar no momento em que nos vemos como parte de um todo, tanto no plano terreno quanto no espiritual. Entendemos o nosso espaço e respeitamos o espaço do outro. Sem condenações e apedrejamentos. "Quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra", disse-nos o grande mestre Jesus.

Querer bem ao próximo e a nós mesmos, não em clima de competição ou desejando algo em troca. O amor incondicional liberta das amarras da posse. Nada nos pertence a não ser as joias que podemos levar conosco, mesmo após a morte. É necessário acolher a transitoriedade da vida e a eternidade do espírito como duas realidades que caminham juntas.

As pessoas ficam desesperadas em torno de suas ambições, do materialismo. Elas se sentem vazias e buscam preencher o que falta. Quando aceitamos resignados, apenas observando, também, paramos de culpar a nós ou aos outros. Não havendo culpa, não há remorso. E se não há necessidade de controlar, não há ansiedade ou preocupação. Pronto, agora viva o hoje!

Tudo fica muito leve quando você passa a compreender a perfeição que há em cada mínimo detalhe. Não é necessário que você interfira, mas apenas que observe. O mundo que parece tão confuso reflete o aprendizado que nos é oferecido. Este é o mundo que criamos coletivamente, com nossa confusão interior. Cada pessoa que nos surge no caminho são sinais de Deus para que aprendamos algo com elas. São pontes para o nosso crescimento.

As doenças são sintomas de nossa teimosia que insiste em ir aos extremos. Então, não lute para ser algo que você não pode ser. Seja simplesmente você mesmo, com sua bagagem. Abra-se para o aprendizado e carregue as joias mais preciosas para sua evolução e plenitude.

Resignação, humildade, desapego e amor compassivo. Estes são os tesouros que seu espírito precisa para ser feliz. Entregue-se à vida como uma experiência nova a cada dia.

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Texto revisado