Parece que as coisas estão fazendo um sentido tão grande e agora já posso vislumbrar uma parte já montada do quebra-cabeças e me vejo passando por um parto, onde tem a dor, mas tem a certeza de um nascimento...
Um nascimento na terra... da Mãe Terra...
Percebo tanta coisa de uma forma tão diferente... ainda deitada... de manhã bem cedinho, pude sentir como é simples o que já foi tão complicado... Pensava que não existe nada mais sagrado do que honrar nosso corpo e nossa Terra, aceitando-nos como somos e onde estamos... afinal... só assim poderemos receber o Sagrado e sermos Um com o Tudo que é... É aqui na Terra, nesse corpo... que podemos acessar todo o Universo.
Não entendo porque as crenças e religiões sempre colocam o objetivo a ser alcançado como algo inalcançável aqui na Terra... como se a felicidade só pudesse ser do reino dos céus... Quanta culpa colocaram sob nosso ombros, ombros ainda inocentes de quem acaba de nascer... Quanto sacrifício para nos salvar e quanto peso colocaram... onde só havia Amor... E no meio de tantas histórias mal contadas o Amor que Jesus nos deixou quase fica escondido entre tanta dor... sacrifício... culpa... pecado... Quando Ele trazia o Amor...
Ou melhor... até entendo... se para nos ter sob controle era preciso que não estivéssemos de posse de todo o nosso poder de humanos/ divinos.
E o nosso corpo coitado... ficou como símbolo do pecado... quando na verdade é o recipiente perfeito para acessarmos Deus...
A imagem é clara agora... Somos o que estamos buscando....
Somos corpo e Espírito em Um... e para realizarmos essa união precisamos honrar nosso corpo e aceitá-lo como recipiente perfeito para o Divino se manifestar... como o Graal.
Eu que sempre busquei o Céu... agora busco a Terra para receber o Céu.
Mas foi um longo caminho... ah, se foi...
É que nos contaram tantas histórias tentando nos desviar do obvio, do simples, que acabaram conseguindo... Acreditamos em tantas coisas que os livros antigos nos contam que quase nos esquecemos de olhar para a perfeição de quem somos aqui e agora...
Mas ainda é tempo... ainda é tempo de voltar para casa, ainda é tempo de perceber que nossa casa é aqui na Terra mesmo... e que nós só temos o presente...
A partir dessa aceitação poderemos viver o Céu na Terra, não antes... é assim que sinto.
Não adianta olhar para cima como se nossa felicidade estivesse lá... Ela está dentro.
Não adianta rezar por um reino que vamos alcançar em algum lugar ou algum ponto no futuro... o Reino é o aqui e agora...
Esse sentir que é novo para mim veio depois de uma experiência forte que aconteceu recentemente...
Não estava me sentindo bem... tanto que me deitei e entre o sono e o acordada pedi ajuda... Grande Mistério... Mãe Terra... me ajudem!!!
Era mesmo uma angústia de estar em uma forma de ser que não satisfaz... um pressentir de algo, mas sem saber o que...
O aperto no coração e o pedido lá do fundo da Alma.
E a resposta se manifesta pela Mãe Terra que me aparece em uma voz profunda e trêmula... como um eco.
Você precisa ir ao centro da Terra... mas primeiro precisa pedir a bênção do Pai Céu....
Naquela angústia me vi implorando por essa bênção... e nada... só silêncio...
Fiquei pensando se o silêncio poderia ser a bênção... quando vejo uma chuva de um pó dourado, como ouro... finíssimo, cair do céu e cobrir o meu corpo com delicadeza... chorei um choro de gratidão tão verdadeiro, que nem sabia que estava contido...
Já abençoada pelo Pai Céu... perguntei a Mãe Terra qual era o caminho para o centro da Terra... e Ela me respondeu que o caminho ia se revelar... e que o centro da Terra podia se manifestar como qualquer coisa... que eu devia sentir com meu coração se era lá mesmo...
Mal ela acabou de falar... senti a terra se abrindo debaixo dos meus pés e eu viajando para dentro... Não era ruim a sensação, mas depois de um tempo me deu falta de ar...
Falei com Ela... e a Mãe me mandou respirar... Assim fiz com calma e foi passando... até que me vi dentro de uma barriga... como um bebê, e podia sentir o cordão umbilical que me ligava àquela Mãe... a Mãe Terra.
Me sentia protegida e leve... Ali não existia dor, nem dúvidas, nem buscas... nada.
Só o aconchego...
Pensei se ali seria o centro de Terra, como ela havia me falado... e senti do fundo do coração que era ali o centro da Terra e que eu estava ligada e Ela.
Não sei quanto tempo fiquei ali desfrutando desse aconchego, relaxada e entregue...
Até que senti um movimento e achei que era a hora....
E assim... como em um parto, me vi nascendo de novo... sentia uma energia muito nítida nas minhas mãos, mais na direita, e na minha cabeça uma certa pressão...
E Ela me falou para esperar por 3 dias...
Até me esqueci que sexta-feira era o dia que ela havia me dito para esperar... quando recebo o telefonema de uma amiga, a qual havia contado sobre a minha experiência com a Mãe Terra e ela me fala que estava assistindo televisão com a filha, quando viu que aquele dia, 22 de abril era o dia da Mãe Terra...
Fiquei muito feliz e muito grata, porque por mais que as experiências sejam reais, quando vem uma confirmação por sincronicidade, reforça nossa Fé... A Mãe Terra me indicar o seu dia não me deixou dúvidas do meu contato com Ela.
Senti-me renovada, com uma percepção diferente das coisas e uma liberdade... e percebo que estou amando tomar Sol... coisa que não gostava muito...
Publicado por Rubia A. Dantés
em Espiritualidade
