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Por que temos que amar primeiro a nós mesmos para amar os outros?

Publicado por Bel Cesar em Autoconhecimento

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Quem não cresceu escutando contas de fadas que terminavam com a famosa frase: "E viveram felizes para sempre..."? A felicidade era uma promessa garantida para a moça que achasse seu príncipe encantado, capaz de salvá-la de todos os males. O amor, portanto, vinha de fora.

A ideia de que encontramos a felicidade quando alguém nos ama faz parte de nosso inconsciente coletivo. Não crescemos aprendendo o que é felicidade, nem mesmo o que significa amar.
Em novembro deste ano lanço um novo livro pela Editora Gaia: Grande amor, um objetivo de vida. São diálogos com meu filho Lama Michel Rinpoche sobre a natureza do amor e da felicidade. Apesar de já estar no budismo há 28 anos, apenas agora compreendi o que se entende por amar a si mesmo e amar ao outro segundo o budismo tibetano.

Quando perguntei ao Lama Michel por que temos que amar primeiro a nós mesmos para amar os outros, ele respondeu: "Amar é desejar felicidade. Desejar a própria felicidade é amar a si mesmo. Não conseguimos desejar felicidade para alguém sem antes desejar essa mesma felicidade para nós. A felicidade que desejamos para o outro é um reflexo do que desejamos para nós. Se desejarmos equilíbrio e harmonia, vamos desejar que o outro encontre esse mesmo bem-estar. Se felicidade para nós é ter prazeres e poder, vamos amar o outro desejando o mesmo para ele. Em outras palavras, é ter clareza sobre o que nos faz bem e o que nos faz mal e determinação de abandonar o que nos faz mal e cultivar o que nos faz bem. Isso é amar a si mesmo. Sem a clareza do que é felicidade, teremos dificuldade de entender o amor. Acredito que todo ser humano, por natureza, tem amor-próprio, pois ninguém deseja sofrer. A dificuldade está em saber como ser feliz."
O amor-próprio então é algo instintivo, pois o desejo de todo ser humano é ficar livre de qualquer sofrimento. Neste sentido, amor-próprio nada tem a ver com egoísmo, vaidade, orgulho ou falta de humildade. Mas, em nossa cultura, a ideia de amar a si mesmo está fortemente associada a algo egoísta, feio e impróprio. Por mais que dissermos que amar a nós mesmos é a base para desenvolvermos amor pelos outros, na prática ainda permanece a sensação de que estamos privilegiando a nós mesmos em detrimento dos outros. A mensagem subliminar de que, para amar os outros, temos que nos colocar em segundo plano está fortemente arraigada. Isso causa uma constante sensação de inadequação cada vez que temos de reconhecer nossas necessidades físicas e psíquicas. Mas, por outro lado, só poderemos nos amar se cuidarmos de nós mesmos. (acho que daqui para frente é outro texto...)

Essa história da não continuidade é tão forte que eu acho que ninguém aqui conheceu outra história da formação do universo a não ser do Big Bang e para mim, o Google é uma diversão quando vou fazer alguma coisa, por isso eu procurei e continuam dizendo sempre a mesma coisa: que o big bang foi o início e que surgiu a 13,7 bilhões de anos atrás, de uma única partícula que desencadeou tudo. Essa é a teoria mais aceita. Mas, o que existia antes do Big Bang? A gente não sabe. Essa história não é contada. Como ninguém nunca falou antes e nem perguntou, a gente começa a partir daí.

Pois bem, para o budismo o universo não tem nem começo nem fim, não tem essa história linear de que as coisas tem um começo, um meio e um fim. Vocês sabiam que existe uma ideia de fim ? Teve o começo do big bang e tem o fim, também, que será quando houver um congelamento, buracos negros, enfim, viraremos, novamente uma grande escuridão. Então, existe essa ideia de começo, meio e fim. Aliás, anda-se falando muito sobre o fim do mundo. Não sei se vocês tem ouvido falar, mas era pra acabar no ano passado e não acabou e agora estão falando de um asteroide. Enfim, eu não quero brincar porque eu tenho uma mãe que me deu uma educação presbiteriana e eu respeito totalmente as crenças dela, mas lembrando que, no budismo nós não temos crenças nem dogmas. Nós temos uma filosofia e uma percepção da realidade, e minha mãe acredita no fim do mundo, então eu também fui educada acreditando no fim do mundo apesar de sempre ter achado essa história estranha.
Voltando. Aqui a gente tem uma fala do meu filho Lama Michel Rimpoche para vocês poderem escutar o que ele vai dizer. (parece que deu problema e o áudio do L.M. não saiu).
Bom, é uma pena porque vocês poderiam escutar um pouco o ensinamento dele, mas o que ele está nos trazendo é que, como a gente não vive essa sensação de continuidade, como a gente não tem essa percepção da continuidade, quando a morte chega para nós é como uma sensação de aniquilação. Buddha disse que tudo desce e tudo sobe, mas quando a gente está descendo a montanha russa da vida - e cada um sabe o que isso significa - você acredita que vai subir de novo? Eu pergunto pra quem aplica na bolsa de valores e fala assim: agora caiu. Bom para aplicações em longo prazo. Quem confia numa continuidade e tem a percepção cíclica dos processos, continua aplicando, e é a confiança nessa naturalidade cíclica que faz você ver. Bom, já teve o crash da bolsa, já caiu tudo. Depois se recuperou? Sim. Você tem que voltar na história várias vezes pra compreender. Só que como nós não temos essa sensação de continuidade, a sensação de que agora é eminente e que não vai mais dar certo, é muito forte.

3. Tudo que se acumula, se separa. Quando a gente acumula, tem uma hora ... a gente vê isso nas montanhas com neve. Acumulou e depois vai separar, mas será que - voltando ao mercado de ações como exemplo da nossa economia - agora estamos sem saída? Quem acumulou riquezas, um dia ela também se desfaz, assim como nos processos médicos.

Tudo que começa, termina? Sim, é verdade, só que não contaram pra gente que o término é o início de um novo começo. Quando eu ascendo um incenso, quando uma criança nasce ela acabou de desencadear o processo dela de morte, porque tudo que começa, termina. Mas, será que a gente tem essa sensação? Eu peguei esses dias uns exemplos do que aconteceu com o terremoto no Nepal. Não sei se vocês acompanharam, mas pra nós tocou muito porque temos muitos amigos, conhecemos bem os locais e sabemos, pelas fotografias, o que não está mais lá e uma das mensagens que meu mestre disse quando soube dessa notícia é: temos que fazer amizade com essa mensagem.

Como é fazer amizade com um terremoto? Como é compreender e dizer, ok, agora não há mais o que fazer. Você recebe um diagnóstico. Como é que eu faço? Eu tenho que fazer amizade com essa proposta. Mas, o que acontece com a questão da vida e da morte? Isso que eu vou falar pra vocês é uma reflexão minha nunca ninguém me disse desse jeito. O budismo te permite refletir muito e, muitas coisas que eu vou trazer são as minhas experiências pessoais com o budismo.

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Sobre o autor
bel
Bel Cesar é psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares). Desde 1991, dedica-se ao acompanhamento daqueles que enfrentam a morte. É também autora dos livros `Viagem Interior ao Tibete´ e `Morrer não se improvisa´, `O livro das Emoções´, `Mania de Sofrer´, `O sutil desequilíbrio do estresse´ em parceria com o psiquiatra Dr. Sergio Klepacz e `O Grande Amor - um objetivo de vida´ em parceria com Lama Michel Rinpoche. Todos editados pela Editora Gaia.
Email: [email protected]
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