Menu

As dificuldades do trabalho terapêutico

Atualizado dia 4/15/2024 8:57:53 AM em Psicologia
por Mandalaterapia


Facebook   E-mail   Whatsapp

Nos dias atuais, surgem diariamente uma gama enorme de terapias que buscam, em sua maioria, auxiliar o ser humano na busca por felicidade, bem-estar, autoconhecimento, sabedoria, vivência de relacionamentos mais saudáveis e experiências mais significativas em sua vida.

Torne-se terapeuta em diversas áreas do saber disponível requer, entre outras coisas, uma predisposição para trabalhar os seus próprios conflitos e dificuldades pessoais. Isso porque o desejo de auxiliar o próximo parece voltar-se, pelo menos de forma inconsciente, para o desejo de auxiliar a si mesmo em face de seus desafios cotidianos.

Afinal, se pretendemos auxiliar alguém a viver melhor, é necessário, que também possamos nos proporcionar uma vida melhor. Ter pelo menos algum conhecimento a respeito de si mesmo, de seus conflitos internos, de ter a coragem de olhar com amor para suas limitações atuais, assim como para as situações mal resolvidas em seu mundo interior.

Apesar de muitas pessoas sentirem-se atraídas pelo trabalho terapêutico, não são poucos os profissionais que passam por algum momento em sua trajetória por um período de dúvidas e questionamentos. Alguns, quando iniciam como terapeutas, apresentam certa insegurança em relação às suas capacidades em auxiliar o próximo, dificuldade para cobrar um valor adequado por seu trabalho, problemas para organizar sua agenda e seus atendimentos, construir e manter uma lista de contatos e clientes.

Dificuldades que aos poucos podem ser solucionadas conforme o profissional vai adquirindo mais experiência ou mesmo com a ajuda de outro terapeuta mais experiente. Tendo isso em vista, hoje gostaria de falar de uma dificuldade que poucos profissionais relatam de forma espontânea, mas que devido a sua importância, pode fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso de um trabalho terapêutico.

Refiro-me as limitações das técnicas existentes em abarcar todo esse complexo sistema chamado "ser humano".

Não é difícil encontrar atualmente muitas técnicas que defendem poder resolver todos os problemas, eliminar todo o desconforto, mudar completamente uma pessoa como em um "passe de mágica". A busca por uma suposta "pílula mágica" que pudesse abarcar todos os conflitos e dificuldades, resolvendo-os de uma vez só da noite para o dia.

Apesar de a parte racional da maioria das pessoas aceitar a ideia de que não existem "pílulas mágicas", parece haver dentro do ser humano ainda um desejo intenso por resolver seus conflitos de uma forma "instantânea", eliminando assim o trabalho individual de autoconhecimento que requer, tempo, paciência e disposição.

Talvez, isso explique, pelo menos em parte, o aparente sucesso de tantos novos cursos e terapias. Apesar, de grande parte desses "novos" ou "antigos" tratamentos oferecerem algum alívio ou mesmo uma melhora momentânea, poucos são os terapeutas que assumem as limitações da técnica que utilizam. Não se trata de fazer apologia a "esta" ou "aquela" técnica, nem de comparar os benefícios de uma técnica em contraposição com outra, até mesmo porque as pessoas são diferentes e os benefícios relatados por uma pessoa em relação a uma determinada técnica, podem não ser percebidos por outra pessoa. Trata-se da consciência necessária para perceber os limites e possibilidades de seu trabalho terapêutico.

Quando me formou psicanalista, acreditava que a técnica poderia resolver todos os tipos de conflitos basicamente em qualquer pessoa. É muito mais comum do que se imagina esse tipo de "empolgação inicial" em um recém-formado por esta ou outras áreas terapêuticas. Porém, com o tempo, fui percebendo que a técnica apesar de ter um alcance realmente extraordinário, tinha também como todas as outras, suas limitações. Entre elas, nem todos estão dispostos a anos de análise individual para poder trabalhar uma parte de seus conflitos, principalmente nos dias atuais, nos quais as pessoas estão mais imediatistas, querendo resolver rapidamente suas questões.

Por outro lado, com o passar dos anos, também fui percebendo que alguns "elementos inconscientes" pareciam estar inacessíveis por meio da técnica que utiliza principalmente a fala como forma de expressão. Alguns pacientes relatavam não saber verbalizar "algo" que pressentiam em seu interior, mas que se apresentava, algumas vezes, por meio de uma sensação indefinida e que não conseguiam nomear.

Talvez não seja possível abarcar no presente texto todo o percurso percorrido durante um processo analítico, porém esses casos, não raros como poderiam supor, me fascinavam e intrigavam de diversas formas. Presenciar a angustia de alguns pacientes por não conseguir expressar "algo" que os incomodava demasiadamente, mas que não conseguiam expressar por meio da linguagem, me instigou a pesquisar novas maneiras de acessar esses elementos.

Essa pesquisa me levou a diversas teorias sobre os "conteúdos" psíquicos adquiridos em período anterior a aquisição da linguagem, ou mesmo, o período gestacional. Grosso modo, isso significa que alguns elementos presentes em nosso inconsciente que influenciam sobremaneira a nossa relação com o mundo e as pessoas a nosso redor, foram "adquiridos" antes da aquisição da linguagem e por isso apresentam a dificuldade relatada por esses pacientes em verbalizar aquela "sensação indefinida".

Apesar de isso trazer uma nova luz aos meus questionamentos, faltava ainda encontrar uma forma de poder trabalhar esses elementos que não acessíveis pela técnica tradicional. Em estudos desenvolvidos posteriormente deparei-me com a técnica de mandalas terapêuticas difundida pelo psicanalista Carl Gustav Jung.

Jung utilizava mandalas para representar seus sonhos e também utilizava a técnica com seus pacientes. Com o tempo descobriu o enorme potencial dos desenhos dentro de um círculo para expressar os conflitos e conteúdos inconscientes de seus pacientes. Depois dele, muitos terapeutas também utilizaram a técnica para acessar conteúdos inconscientes e promover uma descarga de tensão e um maior equilíbrio psíquico.

Na verdade, podemos utilizar uma mandala para representar aqueles "elementos" inconscientes que não conseguem expressão por outras formas como, por exemplo, a verbalização. Assim, quando um paciente "olha" para o seu desenho dentro da mandala pode acessar e trazer para consciência aquilo que não conseguia expressar ou nomear antes disso. E isso pode promover não somente uma diminuição da tensão interna ou um alivio momentâneo, mas também a resolução de conflitos e a integração de elementos antes dissociados em seu mundo interior.

Por Virgínia Fernandes
Psicanalista e professora de técnicas terapêuticas.

Inicie agora seu caminho para um maior autoconhecimento clique no link: https://amzn.to/3VTRCpf

Siga-nos em:
https://simbollics.substack.com/

Conheça o Curso Mandala Terapia
https://go.hotmart.com/X4001912L

Todos os direitos reservados!
Proibido a cópia e reprodução sem autorização.




Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 9


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

Conteúdo desenvolvido por: Mandalaterapia   
Aprenda como utilizar as mandalas para o autoconhecimento e equilíbrio interior. Visite nosso site www.mandalaterapia.net.br
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Psicologia clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 




publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa